Histórico do Dia do
Bibliotecário
No
Brasil, o Dia do Bibliotecário vem sendo comemorado em 12 de março desde 1958,
em homenagem ao aniversário de nascimento do poeta Manoel Bastos Tigre,
verdadeiro pilar da Biblioteconomia brasileira. Entretanto, só foi devidamente
regulamentado com o Decreto nº 84.631, de 12 de abril, de 1980. Desde então,
têm sido inúmeros os festejos e comemorações pelo Brasil afora para homenagear
aqueles que estão sempre defendendo a disseminação da informação e do
conhecimento.
Retirado de : https://www4.planalto.gov.br/diadobibliotecario/
É
um dia que deve ser marcado para lembrar, pelo menos por todo o pesquisador que
buscou documentos, manuscritos, impressos e de todas as naturezas, que
enfrentou a aflição de buscar informações no rico e desconhecido universo
bibliográfico e documental brasileiro, sem guias, sem indicadores, sem
patrocínio, e encontrou, através do Bibliotecário, o caminho.
A
palavra Biblioteconomia deriva do grego
bibliothéke (depósito de livros) e nomos (regra, lei), e significa
a “arte de organizar e dirigir bibliotecas, de acordo com normas, regras” –
sentido grafado em uma época em que “arte” era sinônimo daquilo que se adquire
"pelo estudo e pelo exercício". Ao longo de sua história, a
Biblioteconomia teve ilustres representantes que transformaram a arte em
ciência e as regras em teorias: o estadista e inventor norte-americano Benjamin
Franklin (1706-1790); o filósofo e teólogo alemão Immanuel Kant (1724-1884); os
Papas Nicolau V (1388-1455) e Pio XI (1857-1939), o romancista, historiador e
jornalista português Alexandre Herculano (1810-1877); a estadista israelense
Golda Meir (1898-1978); e o muito ilustre Manoel Bastos Tigre (12 de março de
1882-1957), poeta, jornalista, autor teatral, humorista, compositor, engenheiro
civil, publicitário e o primeiro bibliotecário selecionado por concurso para o
Museu Nacional, em 1915 – patrono dos bibliotecários brasileiros.
Pode
causar certo estranhamento, associar tantos nomes ilustres a uma profissão tão
pouco divulgada. Mas a ação da Biblioteconomia é, geralmente, anônima e tem
efeito multiplicador, nas dissertações e teses, na pesquisa científica, na
busca e na localização de dados que serão transformados em informação, em espaços
físicos – ou não, como os centros de referência científica, as salas de leitura
e as bibliotecas públicas, populares, comunitárias, escolares, universitárias,
infantis, de usuários com necessidades especiais.
Neste
momento, há um menino de 12 anos ou um doutorando precisando de um
bibliotecário e, certamente, há um bibliotecário buscando dados ou indicações
bibliográficas para um desses pesquisadores.
Num
país como o Brasil, onde as disparidades sociais transformam o livro em privilégio,
o Bibliotecário tem a importância de um agente cultural e função pedagógica
inquestionável. O artigo 3º do Código de Ética Profissional determina que o
Bibliotecário deve “preservar o cunho liberal e humanista de sua profissão,
fundamentado na liberdade da investigação científica e na dignidade da pessoa
humana”. Essa obrigação, que deve ser cumprida como missão, contribui para uma
sociedade mais justa, apesar de todas as limitações que impuseram, ao longo de
anos, a desvalorização profissional, tais como: baixos salários, atividades
insalubres e estressantes e falta de investimentos em treinamento e de
reconhecimento, pelo mercado, de suas competências.
No Brasil, o Bibliotecário é encarado como um profissional
“menor”, qualquer que seja o seu nível cultural, e muitos se surpreendem com a
exigência de graduação universitária para o exercício da profissão.
por Ana Virginia Pinheiro
Retirado de : http://www.revistamuseu.com.br/artigos/art_.asp?id=1440
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